7 de junho de 2011
“Três por cento dos adolescentes brasileiros preenchem critérios para a dependência de álcool”, destacou a psiquiatra Ana Cecília Roselli Marques, durante audiência pública da Comissão Especial sobre as Causas e Consequências do Consumo Abusivo de Bebida Alcoólica nesta terça-feira (7) na Câmara dos Deputados. O deputado Federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), relator e autor da Comissão Especial, participou do evento.Em sua explanação, Roselli Marques, pesquisadora da Unidade de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), disse ser importante uma política de prevenção ao consumo de bebida alcoólica direcionada a crianças e adolescentes. Segundo a psiquiatra, eles são muito influenciados pela propaganda, suscetíveis a cultura dos brasileiros de dar bebida alcoólica para os filhos pequenos experimentarem e, também, podem carregar a hereditariedade da dependência ao álcool como fator agravante.
Na percepção da psiquiatra, o Brasil possui boas leis sobre bebidas alcoólicas, mas que precisam de fiscalização. “Temos que ter o ponto de checagem das leis. O bafômetro nas mãos dos agentes”, argumentou. Ainda segundo ela, taxar as bebidas pode segurar o bem estar dos cidadãos. “Aumentar preço economiza vidas.”
O coordenador Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Roberto Tykanori Kinoshita, avaliou que existem muitos pontos de venda no Brasil, inclusive nas estradas. “O principal é restringir o acesso”, ponderou.
Relatando sobre o tratamento dos doentes de alcoolismo, o médico e escritor Paulo de Abreu Leme disse que no Estado de São Paulo não há vagas no Sistema Único de Saúde (SUS) para a desintoxicação dos dependentes. De acordo com ele, a fase de limpeza do organismo precisa ser feita no “ambiente hospitalar” e não nos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps AD) como tem sido indicado pelo governo Federal.
Leme também considerou que um dos principais elos do tratamento dos dependentes são os Alcoólicos Anônimos (AA). “[É importante] dar ao AA uma qualidade melhor para desenvolverem o trabalho. Eles têm dificuldade para fazer suas reuniões”, destaca. Para ele, os Caps poderiam emprestar as sedes para as reuniões dos AA.
“Tivemos três importantes audiências públicas aqui na Comissão. Percebemos que o Estado não dá conta da demanda. Isso acontece em todas as cidades do país e o governo olha isso com desdém e não sugere boas perspectivas na luta contra o alcoolismo”, considera o relator Vanderlei Macris.
A Comissão Especial sobre as Causas e Consequências do Consumo Abusivo de Bebida Alcoólica debaterá, no próximo dia 14, na Câmara dos Deputados, o alcoolismo nas aldeias indígenas.
Fonte: Política de prevenção ao consumo
assessoriamacris | 07/06/2011 at 21:10 | Categories: Atuação Parlamentar | URL: http://wp.me/pyRsl-1CW
Nenhum comentário:
Postar um comentário